Dois álbuns essenciais do meu 2011 que finalmente terminou.
Frank Sinatra-In the Wee Small Hours
Depois de um início de carreira fulgurante nos anos 40, em que o Swing ainda era rei e a sua classe naturalmente se impôs, a vida andava dificil para Sinatra.
Artisticamente tinha atingido uma fase em que novos estímulos naturalmente se impunham, com os gostos musicais a mudarem e o seu público, mais maduro, sedento de novidades.
A década de 50 anuncia-se penosa. Aproximava-se dos seus 40, novos ídolos atingiam a ribalta e a sua carreira decididamente estagnava, sem quaisquer propostas discográficas ou cinematográficas.
Até que em 1953 tudo muda. Ganha o Óscar de melhor actor secundário e as portas da fama reabrem-se de par em par.
Musicalmente, um executivo da Capitol, seu fã de longos anos, aposta contra todos na sua carreira e assina com ele.
Logo em 1953 grava "Songs for Young Lovers", que sai no ano seguinte juntamente com "Swing Easy".
Em 1955 saíu este fabuloso "In the Wee Small Hours".
Pela primeira vez na história, fruto dos meios de que a recém criada Capitol dispunha, cria-se de raíz um álbum baseado numa só temática, com temas novos em torno da tristeza e da desilusão amorosa, aproveitando o hype do fim da relação tempestuosa de Sinatra com a diva Ava Gardner. Surgia assim o 1º álbum conceptual.
No entanto, o segredo do sucesso deste álbum é bem mais simples: a música em si.
O maestro Nelson Riddle, colaborador próximo durante 20 anos, toma as rédeas de todo o processo criativo e a carreira de ambos nunca mais foi a mesma.
Apesar das reticências iniciais de Sinatra perante o novato Riddle, a química entre ambos em estúdio foi instantânea. Os arranjos cuidadosamente trabalhados e simultaneamente suaves e delicados eram a base perfeita para uma voz que recuperava lentamente o seu poder.
A estética que atravessa toda a obra é o perfeito reflexo da sua mítica capa.
É o álbum do "end of the affair", quando o Amor deixa de ser eterno e se esfuma entre cigarros e whisky velho numa cama de hotel.
Ol´Blue Eyes estava de regresso e não mais abandonou a ribalta até à sua morte.
O álbum abre com este original, que dá o tom a toda a obra prima.
Em 1956, surge o absoluto oposto de "In the Wee Small Hours".
Todo o negrume dá lugar à luz do reencontro com as boas vibrações, a redescoberta das coisas boas da vida.
Aqui tudo é uptempo, com arranjos luxuriantes e faustosos de Riddle, com total liberdade para recriar clássicos como "Makin´ Whoopee" ou "You Make Me Feel So Young" e deixar para a posteridade a versão definitiva de "I Got You Under My Skin".
Onde "In The Wee..." era retrato do fim do amor, "Songs..." deixa-nos na face o sorriso estampado de um primeiro beijo ou da "morning after".
Quando sentimos que, pelo menos por um dia, o universo conspirou a nosso favor, esta é a banda sonora que todos à nossa volta cantam e tocam em playback.
Dois álbuns essenciais para o meu ano.
A minha música preferida é esta.
A década de 50 anuncia-se penosa. Aproximava-se dos seus 40, novos ídolos atingiam a ribalta e a sua carreira decididamente estagnava, sem quaisquer propostas discográficas ou cinematográficas.
Até que em 1953 tudo muda. Ganha o Óscar de melhor actor secundário e as portas da fama reabrem-se de par em par.
Musicalmente, um executivo da Capitol, seu fã de longos anos, aposta contra todos na sua carreira e assina com ele.
Logo em 1953 grava "Songs for Young Lovers", que sai no ano seguinte juntamente com "Swing Easy".
Em 1955 saíu este fabuloso "In the Wee Small Hours".
Pela primeira vez na história, fruto dos meios de que a recém criada Capitol dispunha, cria-se de raíz um álbum baseado numa só temática, com temas novos em torno da tristeza e da desilusão amorosa, aproveitando o hype do fim da relação tempestuosa de Sinatra com a diva Ava Gardner. Surgia assim o 1º álbum conceptual.
No entanto, o segredo do sucesso deste álbum é bem mais simples: a música em si.
O maestro Nelson Riddle, colaborador próximo durante 20 anos, toma as rédeas de todo o processo criativo e a carreira de ambos nunca mais foi a mesma.
Apesar das reticências iniciais de Sinatra perante o novato Riddle, a química entre ambos em estúdio foi instantânea. Os arranjos cuidadosamente trabalhados e simultaneamente suaves e delicados eram a base perfeita para uma voz que recuperava lentamente o seu poder.
A estética que atravessa toda a obra é o perfeito reflexo da sua mítica capa.
É o álbum do "end of the affair", quando o Amor deixa de ser eterno e se esfuma entre cigarros e whisky velho numa cama de hotel.
Ol´Blue Eyes estava de regresso e não mais abandonou a ribalta até à sua morte.
O álbum abre com este original, que dá o tom a toda a obra prima.
Frank Sinatra - Songs for Swingin´ Lovers
Em 1956, surge o absoluto oposto de "In the Wee Small Hours".
Todo o negrume dá lugar à luz do reencontro com as boas vibrações, a redescoberta das coisas boas da vida.
Aqui tudo é uptempo, com arranjos luxuriantes e faustosos de Riddle, com total liberdade para recriar clássicos como "Makin´ Whoopee" ou "You Make Me Feel So Young" e deixar para a posteridade a versão definitiva de "I Got You Under My Skin".
Onde "In The Wee..." era retrato do fim do amor, "Songs..." deixa-nos na face o sorriso estampado de um primeiro beijo ou da "morning after".
Quando sentimos que, pelo menos por um dia, o universo conspirou a nosso favor, esta é a banda sonora que todos à nossa volta cantam e tocam em playback.
Dois álbuns essenciais para o meu ano.
A minha música preferida é esta.


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