Oliver Nelson - The Blues and the Abstract Truth
Oficialmente o álbum que mais ouvi em 2011.
Explicações, apesar de desnecessárias, são bastante simples.
O elenco é assombroso, um quem-é-quem do melhor do jazz.
Oliver Nelson escreveu todos os temas, dirige o septeto e ainda toca sax tenor e alto com uma classe soberba.
Eric Dolphy, com a criatividade e arrojo que sempre o caracterizaram, não deixa os seus créditos por mãos alheias e aqueles sax e flauta voam bem alto.Solos de sonho, desconcertantes mas sempre no tom, como só ele era capaz.
Bill Evans, pai espiritual de quase todo o piano jazz moderno, discreto mas sempre assertivo e essencial à coesão do septeto.
Freddie Hubbard, trompetista cuja história se cruza apenas com os melhores, dá o toque de tradição ao som deste clássico com o poder e acerto do seu sopro mágico.
Chambers no contrabaixo e Haynes na bateria são o coração deste organismo vivo, variando cadências ao sabor do ambiente que vão sentindo no ensemble e acertando sempre no clima a dar a cada composição.
George Barrow, o 3º sax, barítono, é o mais desconhecido do septeto mas não menos relevante, dando densidade e a harmonia à ferocidade de Dolphy, fazendo ritmo e solo com a mesma facilidade com que qualquer um de nós respira.
As composições em si são uma delícia. Frescas, inovadoras e recheadas de surpresas rítmicas e harmónicas, ainda hoje soam relevantes e actuais apesar de já terem quase 42 anos.
Foi amor ao primeiro ouvido.
O título é pretensioso.
Mas a sua verdade é bem concreta.
(é avançar já directamente para o 1:28 e depois deixar rolar para o solo do Dolphy...)
(é avançar já directamente para o 1:28 e depois deixar rolar para o solo do Dolphy...)

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